quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Textos para Michèle




CONTO: MICHÈLE, A FADA DOS BOSQUES
AUTORA: DIONE M.S. ROSA - http://rosasesangue.blogspot.com.br/ 

ARTE E EDIÇÃO DE FOTO: ADRIANO SIQUEIRA

HOMENAGEM A: MICHÈLE ARALDI (IN MEMORIAM) NA DATA DE SEU
ANIVERSÁRIO DIREITOS AUTORAIS CEDIDOS AO BLOG DE: NOILVES ARALDI
CURITIBA, 04/11/2017


As fadas são seres mitológicos, característicos dos mitos célticos, anglo-saxões, germânicos e nórdicos.

São a parte feminina dos elfos e com eles fazem o par perfeito.

Todo sonho é poesia e a poesia manifesta-se no sonho. Nada termina realmente como no ciclo de vida – morte – vida. A jornada da alma nunca acaba, apenas migra para outros lugares. Nesse ponto, começa o nosso conto e a nossa história, que homenageia alguém que partiu cedo, mas deixou saudades num rastro de luz e de poesia.

Michèle foi um ser mágico no seio da família e para os amigos. Sua luminosidade deixou saudades, mas seu perfume estará sempre perto daqueles que a amam. O amor como a alma não acabam nunca!
O que traria maior alegria e conforto para sua mãe, irmãos, filhos, amigos do que sentir sua alma descansando num local esplendoroso, talvez num país de fadas em que imperasse a harmonia e a paz? 

Quem sabe usando delicada roupa de fada e sorrindo feliz num espaço de paz e júbilo junto à companhia ideal da alma?

Convidamos a todos para um passeio singular num local em que estão os elementais.

Quem seriam? Os elfos e os duendes.

Um lindo bosque revelou certa jovem despertando dum longo sonho. Ela estava de bruços, chorava quando soltou-se do último elo que a ligava com o mundo terreno. A distância de todos deixou-a muito triste, mas logo entendeu que em tudo havia um propósito.

Enxugou as lágrimas e sentou-se perto da árvore. Não pôde deixar de sentir a energia do local, que rapidamente preencheu-a de força e coragem.

A jovem sabia que havia atravessado o portal. À sua frente, um duende vestido com roupa verde apareceu na farta vegetação num festival de cores e luzes. Ele começou a tocar flauta numa suave melodia, fazendo-a adormecer...

Querem conhecer a linda jovem que tornou-se fada?

Quando ela despertou, o duende estava ao seu lado. Muito serelepe observou:

— É igual a ela!

Michèle continuou dormindo por longo tempo. Ao acordar, viu-se cercada de inúmeros homenzinhos verdes, amarelos, laranjas e azuis. Lindos duendes com grandes orelhas e longos narizes, cantarolando e dançando em torno dela com suas flautas. 



Michèle riu, e com a ajuda deles, levantou-se:

— Nossa, vocês são tão graciosos e gentis, o que estão fazendo em torno de mim?

Eles se olharam e mexeram o canto da boca, percebendo que a jovem não estava entendendo que havia cruzado o portal da eternidade.

Um deles disse:

— Gosto dela. Ela é tão sorridente, tão bonita e tão elegante!

 O duende verde mencionou:

— Percebeu a semelhança?

— Sim... Não sei o que o rei vai dizer.

— Ele está muito doente. Lembra o que foi dito quando a rainha desapareceu?

— Sim. Há poucas esperanças para ele...

Todos os outros serezinhos concordaram com o duende laranja, que era o líder. E, ele fez sinal para os outros, a fim de conduzir a jovem pelo caminho da floresta em direção ao castelo.

No trajeto longo, mas adornado pelas mais belas bétulas, carvalhos e salgueiros desfilando longilíneos galhos enfeitados de frutos e flores na mais encantadora primavera, que se tinha notícia no Bosque Eterno, Michèle sentiu-se perfeitamente em casa.

Teria sido destinado a seres especiais? Sim, a seres muito especiais e escolhido pelos deuses para repousar e desfrutar das mais frondosas e amenas estações. Por fim, o Éden existia mesmo, e Michèle fora escolhida para tornar-se uma fada e usufluir da convivência dos duendes e seres da natureza!

Como o tempo não se contava por horas, nem minutos, nem segundos, Michèle andou por um tempo inimaginável entre os duendes que contaram sobre um reino próspero e um rei à espera de uma fada. Só não revelaram que ele sofria pela sua amada rainha que, por uma fatalidade, havia se perdido para sempre numa caçada e jamais retornado. Desse em dia em diante, o rei ficara inconsolável. Ele refugiou-se na moradia atrás do castelo, sendo necessário tomar um barco para chegar até sua presença.

Os duendes deram-lhe um nome especial a moça: Fairy Michèle.

 — Por favor, não sou nenhuma fada. Estou ainda entendendo minha passagem...

Logo chegaram à beira do lago e ela ficou deslumbrada com o verde esmeralda da vegetação.

A embarcação aproximou-se conduzida pelo duende verde. Ao atravessar o rio, ela olhou as águas muito claras com peixes pulando o tempo todo para fora, num espetáculo belíssimo.

Eram peixes muito especiais: pequenininhos e multicoloridos, bem como diminutos cavalinhos do mar, ou do rio, azuis-turquesa, de beleza ímpar. Ela ficou rindo e distraindo-se com eles até que viu a sua frente enorme edificação em pedra, na qual morava o rei elfo.

A sua casa restava guardada por dois leões de bronze e certa escadaria levava ao interior.

— Para onde estão me levando? — Michèle disse curiosa.

Michèle havia pego um ramalhete de flores durante o trajeto e observou que não anoitecia, nem amanhecia, parecendo tudo igual. Não se sentiu cansada, nem com fome ou com sono.

Ela cruzou a antessala que desaguava num grande salão, sendo acompanhada pelo duende verde até encontrarem o duende laranja, o qual os conduziu à presença do rei.

Ao entrar na sala do trono toques de magia tiraram as flores de sua mão. Ela mudou de vestido e multiestrelinhas coloridas a rodearam permitindo que certo laço amarelo fosse preso à cintura, elegantes sapatos a calçaram, o cabelo louro bem arrumado com as flores do ramalhete lhe foi trançado, valorizando os belos cachos. Tudo resplendeceu em magia e formosura.

Ela sorriu impactada com toda a beleza que a rodeou, que antes só era possível na sua imaginação. Ela rodopiou-se em frente ao grande espelho, porém não percebeu que era observada por alguém muito especial.

O escultural Rei elfo, elegantemente trajado, olhava-a impactado.

O duende laranja disse:

─ Parece com a rainha, não milorde?

─ Sim, e muito. ─ Fairy Michèle entendeu o motivo dos cochichos dos duendes na floresta e porquê queriam trazê-la para perto do elfo. ─ Mas ela é muito mais bela e muito mais perfeita que a antiga rainha.

Michèle ficou olhando para o elfo de beleza rara, cabelos lisos e longos, olhos azuis como o céu em dia esplendoroso e absolutamente belo como uma estátua grega. O rei Araton suspirou por ela, e aproximou-se beijando suas mãos:

─ Esperei muito por você, minha linda rainha! Agora é para sempre! ─ beijou-a longamente nos lábios, até que ela percebeu-se sobre um cavalo branco de longa crina junto do elfo. Eles sobrevoaram o lago e foram para o castelo do rei, enquanto uma festa comemorativa ao casamento deles seria celebrada.

Fairy Michèle e Araton sorriram felizes, enquanto ele lhe confidenciou:

— Nossas almas se pertencem e ficaremos juntos para sempre no bosque. Aceita-me, minha doce fada?

— Certamente. O propósito de minha vinda é encontrá-lo e, através de seu ser refletirei a luz que iluminará meus entes queridos para que saibam que estou bem e feliz.



ARATON, O REI ELFO!
(IMAGEM INTERNET FREE) 

2 comentários:

  1. À minha querida professora, confrade e amiga, Filhota por adoção, Dione Mara Souto Rosa, minha gratidão pelo carinho em dedicar esse Conto, MICHÈLE, A FADA DOS BOSQUES, de sua autoria à minha doce e saudosa filha Michèle.Sua história nos reporta a esse mundo mágico, quiçá real! Muita luz para todos nós!

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  2. Ao Adriano Siqueira! Meus cumprimentos e gratidão também ao Confrade, amigo e cooperador do meu blog, ilustrador desse afável conto oferecido à Michèle , (in memoriam)

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